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Um dos rostos da derrota

Passos Coelho é o derrotado nacional. Mário de Almeida junta-se à galeria como o líder concelhio que conduziu o PS de Vila do Conde à derrota.

Nas eleições autárquicas de 2013 Mário de Almeida não pôde concorrer devido à limitação de mandatos. Líder do PS local há muitos anos não se preocupou em apoiar quadros que pudessem assumir o seu lugar. Em boa verdade, Mário de Almeida, mais do que garantir a sua sucessão, pretendia sim assegurar a sua própria continuação. É assim que em 2013 impõe ao PS a candidatura de Elisa Ferraz com a convicção que esta acederia ao seu desejo e, nestas eleições de 2017, lhe cederia o lugar. Acontece que a criatura se rebelou contra o criador. Habituado aos jogos de bastidores na política, Mário de Almeida, numa primeira fase, escolhe novamente Elisa Ferraz para encabeçar as listas do PS às eleições autárquicas de 2017. Escolha envenenada já que pretendia cercar a presidente de um conjunto de fiéis  dispostos a dificultar a vida a Elisa Ferraz que perante isto bate com a porta e abandona o PS.

Como corolário de tudo isto, na véspera das eleições, Mário de Almeida distribui aos vilacondenses uma mensagem onde diz que “…há quatro anos, indiquei o nome da Dra. Elisa Ferraz para ser a candidata do PS à presidência da Câmara Municipal, com base na ideia que, na altura, fazia da sua forma de ser e de estar na vida. Infelizmente, hoje concluo que não fui feliz na opção. Não é a pessoa que eu julgava ser, nem a Presidente que Vila do Conde precisa.” Isto depois de a ter escolhido duas vezes – em 2013 e inicialmente em 2017.

Com estas posições Mário de Almeida conduziu o PS à derrota levando por arrasto à derrota do PSD. Na verdade, muitos cidadãos vilacondenses (designadamente eleitores do PSD) fartos do poder autocrático que Mário de Almeida protagonizou concentraram os seus votos na candidatura de Elisa Ferraz para garantirem o afastamento do PS da presidência da autarquia.foto de Mário Almeida

Mário de Almeida não soube valorizar o que de positivo fez ao longo dos seus mandatos e acaba por sair pela porta pequena. Foi derrotado por quem foi conivente com a sua forma autocrática de exercer o poder e foi sua “compagnon de route” durante dezasseis anos. É a vida!